Resenha: Julieta Imortal, por Stacey Jay
quarta-feira, outubro 02, 2013
Autora: Stacey Jay
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788563219572
Ano: 2012
Páginas: 237
Sinopse: Julieta Capuleto não tirou a própria vida. Ela foi assassinada pela pessoa em quem mais confiava, seu marido, Romeu Montecchio, que fez o sacrifício para assegurar sua imortalidade. Mas Romeu não imaginou que Julieta também teria vida eterna e se tornaria uma agente dos Embaixadores da Luz. Por setecentos anos, Julieta lutou para preservar o amor e as vidas de inocentes, enquanto Romeu tinha por fim destruir o coração humano. Mas agora que Julieta encontrou seu amor proibido, Romeu fará de tudo que estiver ao seu alcance para destruir a felicidade dela.
Segundo a minha mãe, eu sou incapaz de odiar um livro. Verdade. Ódio é um sentimento forte que não me cabe. Mas não gostar... O livro de Stacey Jay merece duas estrelinhas pelo personagem que me surpreendeu e por qual eu me apaixonei, aquele que salvou o livro e foi exatamente oposto daquilo que a autora planeja: Romeu Montecchio.
Em Julieta Imortal, a famosa história de William Shakespeare não passa de uma farsa, planejada por Romeu para que o assassinato que cometera contra sua esposa, Julieta Capuleto, não passasse de uma história de amor trágica. Romeu sacrificou Julieta para tornar-se imortal, tornando-se assim um Mercenário. O que não passa pela cabeça dele é que sua ex-amada torna-se uma agente dos Embaixadores da Luz. Traduzindo: Enquanto Julieta luta para juntar almas gêmeas, Romeu arma para que uma delas assassine a outra e junte-se a causa dos Mercenários.
– Julieta... você é...Eu sou sua deusa. Sinto que você estremece quando meus dedos alcançam os botões do seu casaco e o desabotoam, um a um, revelando o fino tecido de sua camisa.– Você é tudo – diz ele com os olhos brilhantes. – Tudo.– E eu sei que sou. Sou sua lua e estrela luminosa. Sou sua vida, seu coração. Sou tudo isso e a resposta para cada pergunta não feita. O conforto para cada sofrimento. Serei a pessoa que caminhará ao seu lado até o fim de nossas vidas, que revelará o prazer de cada momento que passaremos juntos e exalará a beleza por ter o privilégio de viver ao seu lado.
Para tanto, Romeu e Julieta habitam temporariamente corpos humanos. O livro então, começa quando Julieta toma o corpo de Ariel Dragland, uma adolescente incomum, com amigos incomuns e atitudes incomuns, a fim de proteger almas gêmeas dos males de seu assassino. Ariel/Julieta então conhece Ben e ela percebe que o erro está feito quando se vê apaixonada pelo garoto.
Não lembro a última vez que demorei tanto tempo para ler um livro fino como esse. A história é entediante do início até metade do livro e quando você pensa que vai melhorar, Jay consegue (com o perdão da palavra) cagar tudo! Fico tentando lembrar qual foi o último livro que não gostei. Não lembro. Provavelmente esse é o primeiro.
São tantos erros que nem sei por onde começar. Ok, comecemos pelas falhas que, diga-se de passagem, são muitas. Durante toda a história, fiquei confusa. A autora não soube trabalhar o contexto, o livros terminou com perguntas não respondidas e parte delas é fundamental para o desfecho da obra. Fatos importantes como o passado de Ariel e sua mãe, o passado de Ben, a relação entre Ariel e Gema... Todos deixaram a mesma pergunta: "Tá, mas porque disso?"
Sem contar que Julieta é o tipo de personagem que é exatamente como na obra de Shakespeare. Entretanto, no clássico, a relação ambiente-personagem deu certo, era uma outra época, outro universo. Contudo, não consigo imaginar essa mesma Julieta no mundo atual. As mesmas atitudes e os mesmos pensamentos... Não. #fail
E, é claro, não poderia deixar de citar o único personagem que me impulsionou a terminar de ler o livro (que foi quase um martírio). Romeu é determinado e faz exatamente o seu papel. E no fim das contas, descobrimos um lado surpreendente e apaixonante do personagem, o que me faz pensar que Romeu Imortal será 15 vezes melhor que Julieta Imortal.
A autora não trabalhou bem o contexto, a história entre Embaixadores e Mercenários foi mal explicada, pouco entende-se do passado dos personagens, o que deixou a obra muito confusa e realmente entediante. Além disso, a capa não tem sentido algum com a história. Por exceção de Romeu, as únicas características que tornam o livro digno de duas estrelinhas é a ótima formatação e diagramação, com margens adequadas e belas entradas de capítulo.
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